O rejunte é um elemento fundamental em qualquer tipo de revestimento, ele precisa estar presente desde azulejos e pisos mais simples até mesmo em porcelanatos e pedras naturais. Mesmo tendo grande destaque na beleza e estética, o rejunte é fundamental para garantir a durabilidade do acabamento presente na sua casa, isso porque ele absorve pequenas movimentações e dilatações entre as peças e também impede a infiltração de água e sujeira. 

Atualmente existem alguns tipos de rejunte no mercado, de variadas cores e preços. Por isso, nem sempre é fácil escolher um rejunte para o seu piso ou porcelanato. Assim detalhamos os principais tipos de rejuntes e suas características e recomendações. 

 

Rejunte Cimentício

O cimentício é o rejunte mais comum e utilizado no mercado, também é o mais barato. Ele possui esse nome justamente por ter o cimento (cimento Portland) como base da sua composição, em conjunto com aditivos e polímeros, o que garante sua trabalhabilidade e resistência. Após aplicado ele apresenta um acabamento próximo a uma argamassa ou cimento, com superfície mais áspera. 

Vantagens:

- Custo acessível;

- Fácil aplicação e manuseio;

- Boa resistência mecânica para áreas internas secas;

- Variedade de cores no mercado;

- Fácil remoção, caso necessário.

 

Desvantagens:

- Baixa resistência à umidade e ao ataque químico;

- Pode apresentar eflorescência (manchas brancas) ao longo do tempo;

- Propenso a trincas por retração se aplicado incorretamente ou em climas muito secos;

- Maior propensão ao acúmulo de sujeira.

 

Junta de dilatação (junta entre peças):

- Juntas com largura mínima de 2 mm até 10 mm (variando conforme a formulação, o fornecedor e o revestimento)

 

Indicações de uso:

Justamente por ser o rejunte com menor resistência à umidade e por acumular mais sujeira, ele é mais indicado para áreas internas e secas, como por exemplo quartos e salas. Nas áreas externas ou úmidas ele pode ocasionar problemas no revestimento devido ao acúmulo de água, além de dificultar o processo de limpeza. 

 

Rejunte Acrílico

O rejunte acrílico é uma mistura pronta para uso, que  possui como base resinas acrílicas e minerais em sua composição. Por isso ele apresenta um acabamento mais liso e impermeável, garantindo mais resistência a manchas, fungos e sujeiras, e também facilitando a limpeza. Por essas características ele é um rejunte que pode ser utilizado em áreas internas e externas.
 

Vantagens:

- Pronto para uso, sem necessidade de mistura;

- Melhor impermeabilidade que o cimentício;

- Fácil limpeza após aplicação;

- Boa elasticidade, o que minimiza trincas.

Desvantagens:

- Custo mais elevado em comparação ao cimentício;

- Disponível em menor número de cores;

- Não indicado para áreas de imersão constante (como piscinas).

- Possui maior aderência e resistência, dificultando uma possível retirada ou remoção.

 

Junta de dilatação (junta entre peças):

- Revestimentos cerâmicos ou porcelanatos com juntas de até 5 mm;

Indicações de uso:

O rejunte acrílico por ter maior resistência e durabilidade, além de ser mais impermeável, é indicado tanto para áreas internas quanto áreas externas, mas principalmente para áreas úmidas ou com maior grau de limpeza, como por exemplo: banheiros, cozinhas, fachadas. Também é indicado para áreas com maior tráfego de pessoas, como áreas comerciais. 


Rejunte Epóxi

É composto por resina epóxi e endurecedor, formando uma massa de alta resistência química e mecânica após cura. Exige precisão na mistura e aplicação.

Vantagens:

- Altíssima resistência química e à abrasão;

- Impermeável e antifúngico;

- Ideal para ambientes com forte exigência de higiene, como hospitais, cozinhas industriais e laboratórios;

- Excelente durabilidade.

 

Desvantagens:

- Custo elevado;

- Por ser altamente resistente, a retirada e remoção do rejunte é muito complicada;

- Aplicação complexa, exige mão de obra especializada;

- Curto tempo de trabalhabilidade (cura rápida);

- Pode manchar o revestimento se não for bem removido após aplicação.

 

Junta de dilatação (junta entre peças):

- Revestimentos com juntas de 1,5 mm a 6 mm, conforme especificações do fabricante.

 

Indicações de uso:

O rejunte epóxi por ter um custo elevado, altíssima resistência e impermeabilidade, é indicado para áreas de alto desempenho e alto grau de limpeza. Por exemplo, é indicado para ambientes industriais, comerciais e hospitalares, áreas externas (fachadas), saunas e piscinas, ou revestimentos de valor elevado para maior durabilidade (granitos). 

 

 

Como Escolher a Cor do Rejunte

O rejunte além de estar relacionado com a durabilidade do revestimento, ele também tem grande importância estética no resultado final do seu piso, porcelanato ou granito. Por isso, existem algumas técnicas para escolher a cor do seu rejunte, como por exemplo: 

- Tom sobre tom: A cor do rejunte será escolhida de forma que seja o mais próximo possível da cor do revestimento, com o objetivo de dar menos destaque, ou “esconder” o rejunte. Dessa forma criando uma sensação de continuidade do piso. 

- Cores contrastantes: Seria o inverso do tom sobre tom, dessa forma a cor é escolhida de forma que destaque o rejunte e também valorize o formato e a paginação das peças do revestimento.

- Cores claras: No geral, cores mais claras tem um tendência destacar manchas e sujeiras, dificultando a limpeza;

Cores escuras: As cores escuras, por sua vez, irão “esconder” melhor sujeiras e manchas;

Por fim, uma dica muito valiosa para escolher a cor do seu rejunte é fazer um teste prático com o piso, porcelanato ou pedra, uma vez que a tonalidade pode variar após a secagem do rejunte. Então, aplique o rejunte em uma pequena parte de uma ou duas peças do piso por exemplo, e após secagem confira se o resultado foi o esperado, assim você não terá erro na sua escolha. 

 

Ferramentas e Técnicas de Aplicação

O rejunte, assim como qualquer outro elemento da construção, possui técnicas e equipamentos para sua aplicação de forma correta, o que influencia diretamente na sua qualidade e durabilidade. 

No geral a aplicação deve ser feita após assentamento do piso ou porcelanato, a primeira etapa é fazer a limpeza das juntas removendo pó ou resíduos para garantir melhor aderência do rejunte. Depois deve ser feita a preparação e mistura do rejunte, principalmente no caso de rejunte cimentício e epóxi, quando devemos seguir as recomendações de proporção do fabricante. A aplicação deve ser feita de com espátulas ou desempenadeiras e de forma diagonal ao sentido das juntas do piso, para preencher melhor as juntas. Após finalizar a aplicação deve-se utilizar um pano ou esponja úmida para limpar e remover excessos, porém com cuidado para não retirar o rejunte das juntas. Por fim, deve-se esperar o tempo de secagem e cura do rejunte para que o serviço seja finalizado, esse tempo pode variar de acordo com o tipo e a marca do rejunte, mas normalmente é entre 24h e 72h. 

 

Nesse processo de aplicação, algumas ferramentas e equipamentos são necessários, estes são os mais utilizados:

- Desempenadeira de borracha ou EVA: para aplicar o rejunte e forçar a penetração nas juntas;

- Espátula plástica: para acabamento em cantos e detalhes;

- Esponja úmida: para limpeza superficial do excesso de rejunte, sem remover o material das juntas;

- Balde com água limpa e panos limpos: para higienização durante o processo.

 

O rejunte mesmo sendo um elemento simples e até mesmo “barato” quando comparado ao revestimento, ele possui enorme importância para garantir a qualidade e a durabilidade de pisos, porcelanatos e granitos. Por isso devemos sempre nos atentar a sua correta aplicação e principalmente a correta escolha conforme o ambiente e utilização de cada revestimento, dessa forma a melhor dica é sempre consultar a ficha técnica dos produtos escolhidos (revestimentos) e recomendações do fabricante, também podem ser consultadas normas técnicas de execução, como por exemplo a NBR 13749 e NBR 13753, que tratam sobre o assentamento e rejuntamento de revestimentos. 

 

 

 

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Revestimento de pisos internos ou externos com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2017. Acesso em: 25 jul. 2025.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Revestimento de paredes internas e externas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2017. Acesso em: 25 jul. 2025.

ANFACER – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS FABRICANTES DE CERÂMICA. Manual de rejuntes. Publicação técnica com diretrizes para escolha, aplicação e manutenção de rejuntes. Acesso em: 25 jul. 2025.

QUARTZOLIT. Catálogos técnicos de rejunte cimentício, acrílico e epóxi. Weber Saint-Gobain. Acesso em: 25 jul. 2025.

PORTOKOLL. Fichas técnicas e manuais de aplicação de rejuntes. Acesso em: 25 jul. 2025.

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MAPEI BRASIL; SIKA. Manuais de aplicação de revestimentos. Guias práticos com orientações técnicas para escolha do rejunte conforme o tipo de ambiente e aplicação. Acesso em: 25 jul. 2025.

HELENE, Paulo; PEREIRA, José Luiz. Manual de reabilitação de edificações: materiais e técnicas. São Paulo: PINI. Acesso em: 25 jul. 2025.

DALTO, João B. Tecnologia dos materiais de construção. Rio de Janeiro: LTC, [s.d.]. Acesso em: 25 jul. 2025.

TÉCHNE; CONSTRUÇÃO MERCADO. Artigos e publicações técnicas do setor. Comparativos técnicos entre rejuntes e tendências de mercado. Acesso em: 25 jul. 2025.